domingo, 29 de maio de 2016

A Alma e a Ciência - A História de Deus com Morgan Freeman (2016)


A História de Deus (The Story of God) E01 "Além da Morte"






Morgan Freeman ─ Viajei pelo mundo para saber como gentes de fé diferentes imaginam a vida após a morte.Mas regressei a Nova Iorque para explorar algo novo, como a ciência começa a estudar a vida após a morte. Encontrei-me em Central Park com o médico de cuidados intensivos, Dr. Sam Parnia.

Sei que investigou muito este ramo. Estudou mais de cem sobreviventes de paragens cardíacas, pessoas que, tecnicamente, morreram e ressuscitaram. Algumas voltaram com experiências profundas.

Sam Parnia Sabemos que, durante milhares de anos, quem esteve perto da morte teve experiências muito profundas e, de certo modo, místicas. Sentem uma paz enorme, conforto e alegria, quando veem a morte. Podem descrever uma sensação de encontrar parentes falecidos, amigos ou até desconhecidos, mas que lhes dão as boas vindas. Penso que começamos a compreender que temos uma experiência universal da morte que a maioria conhecerá quando morrer.

Morgan Freeman ─ Uma das coisas que menciona, e que considero muitíssimo fascinante, é a ideia de que, mesmo sem que haja atividade cerebral, as pessoas regressam e relatam essas experiências. É possível explicar isso?

Sam Parnia É importante compreender que, quando uma pessoa morre, quando se torna um cadáver, é apenas nessa altura que as células do corpo iniciam o processo da morte, que pode demorar horas ou dias. Na verdade, há uma janela de oportunidade em que podemos reanimá-las. As experiências que têm permitem-nos saber o que acontece quando morremos.

Morgan Freeman ─ Em quase todas as crenças religiosas morremos, mas apenas fisicamente. A nossa essência, a nossa alma, perdura. Há alguma base científica para a ideia da alma?

Sam Parnia Actualmente, a ciência chama consciência à alma. Podemos testar essa teoria cientificamente, para ver se a consciência continua ou se termina. Os indícios que temos mostram que, quando uma pessoa morre, a parte que nos define, a psique, a alma, a mente, a consciência, como lhe queira chamar eu, não é aniquilada, não desaparece. Continua, pelo menos no período inicial da morte. (…)