O médico catalão Manuel Sans
Segarra afirma que existem evidências objetivas de que a morte, tal como a
entendemos, não existe. Baseando-se num estudo realizado a partir de centenas
de casos clínicos, o cirurgião relata que os testemunhos dos seus pacientes —
que foram considerados clinicamente e cerebralmente mortos no hospital de
Barcelona — apresentam padrões consistentes e transformadores. Essas vivências,
garante, não podem ser descartadas como simples alucinações. Pelo contrário,
demonstram, segundo defende, que o pensamento subsiste para além da vida
física.
“A minha formação médica está
ancorada no método científico cartesiano e newtoniano, assente numa ontologia
materialista. Por isso, despertou-me enorme interesse o caso de um paciente
clinicamente morto, sem qualquer atividade cerebral — comprovada por um
eletroencefalograma plano — ser capaz de relatar um conjunto de experiências
vívidas e coerentes”, afirmou Sans Segarra em entrevista à TVI (canal do mesmo
grupo da CNN Portugal). “Isto indica que existe um outro nível de consciência
que persiste apesar da morte clínica. É o que defino como ‘supraconsciência’,
pois está para além da consciência neuronal ou localizada.”
Segundo o médico, muitas pessoas
hesitam em partilhar estas vivências por receio de não serem levadas a sério.
“É algo fora do comum e têm medo de que, ao contar, sejam vistas como
fantasiosas”, admite. No entanto, há um padrão recorrente nos relatos. O primeiro
momento é frequentemente descrito como uma “saída do corpo”, acompanhada de
surpresa ao reconhecerem o seu próprio corpo a partir de uma perspetiva externa
— fenómeno conhecido como autoscopia.
Durante essas experiências, os
pacientes relatam não só uma perceção vívida do que se passa à sua volta, como
também encontros com aquilo a que chamam “seres de luz” — entidades
reconhecidas como entes queridos já falecidos. “E depois veem uma luz intensa.
Nesse instante, descrevem uma sensação de paz, harmonia e amor como nunca
sentiram na vida terrena”, explica Sans Segarra.
“Não querem regressar, porque o
que experimentam é tão agradável, tão pleno de amor, serenidade e bem-estar,
que prefeririam permanecer nesse estado”, garante o médico.
Aos 82 anos, Manuel Sans Segarra
continua a atrair multidões nas conferências que realiza por todo o mundo.
Publicou recentemente o livro A Vida Depois da Vida, onde reúne e documenta os
casos que sustentam a sua teoria. Poucos meses antes da sua morte, o Papa
Francisco convidou-o a ir ao Vaticano para partilhar os seus estudos.
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