quarta-feira, 25 de junho de 2014

APAGAR A MORTE − Dr. Sam Parnia com Josh Young

1ª Edição, Outubro de 2013



Traduzido de: Erasing Death − The Science That is Rewriting the Boundaries Between Life and Death, Nova Iorque, HarperOne, 2013. Edição portuguesa by Editora Pergaminho, uma chancela da Bertrand Editora, Lda.  www.pergaminho.pt


“As descobertas científicas mais recentes têm vindo a criar uma mudança que vem abalar a nossa compreensão da morte − desafiando as nossas percepções da morte como absolutamente implacável e final −, tendo tornado, por isso, ultrapassadas e antiquadas muitas das nossas visões mais arreigadas em relação a ela. A medicina está a tornar inteiramente plausíveis resultados anteriormente impensáveis. Poderemos em breve vir a tirar pessoas das garras da morte, ao fim de algumas horas ou muito mais tempo após terem morrido.

Porém, ao encontrar novas maneiras de salvar vidas, estamos também inadvertidamente a descobrir novas formas de investigar e responder a questões fundamentais sobre o que acontece à consciência humana, ao que podemos chamar a mente, o "ego" ou, inclusivamente, a "alma" no pós-morte − questões que, até recentemente, eram tidas por assuntos mais adequados à teologia, à filosofia ou mesmo à ficção cientifica.”

Ao contrário do que vulgarmente se acredita, a morte não é um momento único; não é algo que ocorra irreversivelmente quando o coração deixa de bater ou a respiração ou a função cerebral cessam. A morte é um processo longo e complexo − um processo que pode ser interrompido ou revertido. Em Apagar a Morte, o Dr. Sam Parnia apresenta os resultados da mais recente investigação no campo dos cuidados intensivos e da ressuscitação. Estas descobertas têm permitido aos médicos reverter o processo de morte em muitos pacientes, mas também têm levantado questões pertinentes sobre a natureza da consciência. O debate destas questões permitirá, finalmente, começar a esclarecer a questão que acompanha a humanidade há milénios: o que nos acontece quando morremos e após a morte? 



Índice
1. Há Coisas Surpreendentes a Acontecer Aqui 7
2. Um Pequeno Passo para o Homem, Um Salto Gigantesco para a Humanidade 23
3. A Fórmula da Vida 39
4. Reverter a Morte 57
5. A Órfã 89
6. Como é Morrer 121
7. O Elefante no Escuro 145
8. Compreender o Ego: Cérebro, Alma e Consciência 175
9. O Pós-Vida Que Conhecemos 197
10.O Estudo AWARE 219
11.O Que Significa Tudo Isto? 253
Agradecimentos 287
Colaboradores do Estudo AWARE 289
Bibliografia e Outros Recursos de Leitura 291



O DR. SAM PARNIA é um dos maiores especialistas mundiais no estudo da morte enquanto fenómeno científico. Dirige o Estudo AWARE, uma colaboração internacional de cientistas e médicos dedicada ao estudo do cérebro e da consciência humana durante a morte clínica. Trabalha com diversos hospitais e universidades nos EUA e em Inglaterra, como a Faculdade de Medicina da Universidade de Stony Brook, o Centro Médico WeiU Cornell de Nova Iorque e a Faculdade de Medicina da Universidade de Southampton. 



segunda-feira, 23 de junho de 2014

"ELES MORRERAM E VOLTARAM DE NOVO PARA CONTAR COMO FOI" (biography channel 2010)

O que é a morte? O que são Experiências de Quase-Morte? O que dizem os médicos? Que evidências apontam para outra realidade? O que dizer dos invisuais que depois de passarem pela experiência falam de tudo o que observaram, surpreendendo os médicos com a exactidão dos pormenores? “Eles Morreram e Voltaram de Novo Para Contar Como Foi”, um documentário produzido pelo biography channel em 2010, mostra-nos o testemunho daqueles que passaram por uma EQM.



Este vídeo encontra-se no Dailymotion e pode ser visto AQUI


segunda-feira, 16 de junho de 2014

EXISTIRÁ VIDA DEPOIS DA MORTE? (Is There Life After Death?)





 Apresentada por Morgan Freeman, a série "Through the Wormhole" explora os mistérios mais profundos da existência − as perguntas que intrigam a humanidade desde o seu surgimento. Do que somos feitos? O que havia antes do princípio? Estamos realmente sós? Existe um criador? Tais indagações foram objeto de análise das mentes mais brilhantes da humanidade. Hoje, a ciência evoluiu ao ponto onde fatos e evidências concretas podem ser capazes de nos fornecer as respostas.

 Neste episódio, que iniciava a segunda temporada em 2011: “Is There Life After Death?”, Morgan Freeman aprofunda a questão que intriga o ser humano desde o princípio dos tempos: Existe vida após a morte?

 A Física moderna e a neurociência estão a aventurar-se em território outrora sagrado, e a mudar  radicalmente as nossas ideias acerca da vida após a morte. Freeman age como condutor deste debate polarizado, no qual cientistas e espiritualistas tentam definir o que é a consciência, enquanto a moderna mecânica quântica parece fornecer a resposta para o que acontece quando morremos.







sábado, 14 de junho de 2014

EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE RELATADAS NO Dr. Oz Show



As experiências perto da morte constituem a melhor evidencia, do ponto de vista cientifico, da realidade da alma humana e da sua sobrevivência depois da morte biológica.




terça-feira, 10 de junho de 2014

EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE por Manuel Domingos

1ª Edição Nov. 2008


“Dezenas de portugueses penetraram no “outro lado da vida” e narraram aos autores deste livro as suas impressionantes experiências de Quase-Morte. Vivências transformadoras que nos suscitam a reflexão sobre o verdadeiro sentido da vida e a grande pergunta: Que “portas” abrirá a morte à nossa consciência? Uma coisa é certa: Em termos científicos, já não se pode afirmar que a mente e a consciência dependem do cérebro e do corpo físico para permanecerem vivas e em pleno funcionamento.”

“O cérebro recebe a consciência, mas não a produz.” Pim Van Lommel (Cardiologista holandês, cientista de referência no estudo das EQMs e que participa neste livro.)


ÍNDICE

Os AUTORES 9
PREFÁCIO, por Mário Simões 11
PRÓLOGO 15

Iª PARTE − TESTEMUNHOS 19

NOTA INTRODUTÓRIA 21
“Flutuava pela sala de operações”    31
“Há uma dúvida” 35
O homem que visitou o Céu 39
Uma vida, três experiências 41
“Um outro eu a sair de mim”             47
“É um estar de tranquilidade” 50
O Inferno e o Paraíso 57
“Vi coisas maravilhosas” 64
“Nunca vivi uma coisa igual”             66
A luz do caminho 67
“É aqui a minha missão” 70
Um túnel branco 73
A alegria de voltar a casa 76
O filme da vida 80
Cruzamentos de luz   85
“Não sei se foi um sonho” 89
“A minha mãe pôs-me no mundo duas vezes” 90
“Vi-me a mim mesmo” 93
As EQMs EM PESSOAS CEGAS 97
TESTEMUNHO DE UM MÉDICO 104
EQMs DE PERSONALIDADES 107
EMQs DE PERSONALIDADES DE HOLLYWOOD 108
Donald Sutherland 108
Elizabeth Taylor I09
Jane Seymour 111
Larry Hagman 113
Peter Sellers 114
Robert Pastorelli 115
Sharon Stone 117
EQMs DE PERSONALIDADES PORTUGUESAS 119
José Cardoso Pires 119
Adalberto Alves 129
Dalila Lello Pereira da Costa 133
Fernando Dacosta 134
Isabel Wolmar 141
Margarida Rebelo Pinto 150
Maya 159

IIª PARTE − CIÊNCIA 163

A TEORIA DAS EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE, por Manuel Domingos 165
CIENTIFICISMO E RELIGIÃO DOGMÁTICOS, por Charles T. Tart 198
SOBRE A CONTINUIDADE DA NOSSA CONSCIÊNCIA, por Pim van Lommel 201
ENTREVISTA A PIM VAN LOMMEL, por Paulo Alexandre Loução 233
ENTRE A CIÊNCIA E A TRADIÇÃO 239

IIIª PARTE − TRADIÇÃO 271

A SABEDORIA VIVA DAS ANTIGAS CULTURAS E AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE, por Paulo Alexandre Loução 273
O MITO DE ER de Platão 303
O SONHO DE CIPIÃO de Cícero 314

ANEXO 329

EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE EM SOBREVIVENTES DE PARAGEM CARDÍACA: UM ESTUDO PROSPECTIVO NA HOLANDA, por Pim van Lommel 331
CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS 351

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PREFÁCIO

Por Mário Simões

(Professor Agregado de Psiquiatria e de Ciências da Consciência da Faculdade de Medicina de Lisboa)


 Recordo-me da primeira vez que ouvi falar das Experiências de Quase-Morte (EQM). Encontrava-me em Cambridge, no ano de 1992, numa conferência do Scientific and Medical Network. Peter Fenwick (neuropsiquiatra e neurofisiologista) apresentava os seus estudos sobre as EQM. Fiquei impressionado pela quantidade de dados que atestavam vários aspectos e que o decorrer do tempo só veio sedimentar: 1. Que o cérebro humano não funciona durante uma paragem cardíaca 2. Que a mente e a consciência podem continuar a funcionar durante aquele período 3. Que independentemente da etnia, local geográfico, dados epidemiológicos, idade, sexo ou época temporal as descrições de EQM, eram, na sua essência, sempre as mesmas. Nessa sequência, interessei-me pelo tema e não só vim a publicar um artigo de revisão sobre o tema como comecei a recolher casos que surgiam na minha consulta, participei em mesas redondas (uma delas, televisiva, com Cardoso Pires) e entusiasmado com as possibilidades da hipnose clínica, idealizei uma workshop sob hipnose, em que seria possível “vivenciar a sua morte”, melhor, uma EQM. Nestas vivências, em estado modificado de consciência, a realidade é a decorrente do estado e os sujeitos sentiram a realidade da EQM de tal modo que muitos se sentiram “zangados por os trazer de volta”, tal era o bem-estar que experienciaram.

 Parece, pois, que explicações remetendo apenas para explicações reducionistas das EQM, como sendo o resultado de alterações físicas e químicas do cérebro, não é suficiente, a menos que se admita que a auto-sugestão (a hipnose é auto-hipnose) é susceptível de promover aquelas alterações. Na realidade, alpinistas, que caindo de grande altura, na neve, pensaram que iam morrer, também relataram EQM. O problema torna-se mais complexo tendo em conta os dados acima referidos. Estaremos então a lidar com um fenómeno da consciência e esta seria uma instância subtil, independente no todo ou em parte do cérebro? Poderá tratar-se de um programa com o qual nascemos, que é “disparado” sempre que nos encontremos numa situação de quase morte real ou imaginada? Seria um “engrama” para nos recordar a “origem divina” da nossa essência, como muitas pessoas referem e os adeptos das teorias transcendentais tanto defendem?

 Uma tese de mestrado elaborada e publicada em Portugal, por Maria de Fátima Dias demonstrou a existência de “experiências subjectivas em coma”, que na sua maioria foram desagradáveis, tal como acontece em algumas EQM, provavelmente por se tratar de pacientes de traumatismos vários numa unidade de cuidados intensivos. Para acrescentar à complexidade do fenómeno refira-se que indivíduos cegos também relataram EQMs. Certo também, é que a maioria dos que experienciaram uma EQM mudaram a sua atitude geral na vida, com maior respeito pela vida em geral, com maior compaixão, como se tivessem sido “iniciados” num conhecimento teleológico, que os remete para o “amor divino incondicional”, que referem. Diga-se que enfrentar a morte, qualquer que seja a situação, não induz automaticamente uma EQM e as consequentes mudanças apontadas, e a investigação mostra que nem todos os que sofreram um ataque cardíaco mudam as suas atitudes na vida. Um outro aspecto interessante é o das revisões panorâmicas de vida, nas quais o indivíduo percebe, num auto julgamento, que todo o sofrimento que infligiu a animais ou outras pessoas é experienciado como seu.

 Um livro relativamente recente traz mais um contributo para este tema: DMT, The Spirit Molecule, de Rick Strassman. A Dimetil triptamina, um dos mais potentes psicadélicos derivados de uma planta, é também produzida pelo cérebro, mais precisamente pela glândula pineal. A injecção deste químico produz consistentemente EQMs, experiências místicas e, inesperadamente, encontros de 3° grau com alienígenas. Esta última situação é, curiosamente, referida por Isabel Wolmar na sua EQM. Terá a sua produção, pela pineal, em determinadas circunstâncias, os mesmos resultados? Já os hindus consideravam a pineal como o local do 7° chacra e Descartes como sendo o “sítio” da alma. Parece, pois, no estado actual da ciência e sem envolver uma explicação causal definitiva, que existem correlatos entre os estados vivenciais e psicofisiologias específicas.

 Encontramo-nos num ponto em que podemos concluir que nenhuma das teorias actuais, organicistas, psicológicas ou transcendentais, por si só, explica as EQM. Os autores deste livro dão um contributo corajoso, atendendo aos interesses científicos actuais, para o conhecimento de uma vivência que apetece desejar que seja mais frequente na Humanidade. 

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PRÓLOGO

Por Paulo Alexandre Loução (Historiador e filósofo)

 A ideia deste livro perseguia-nos há anos. Surgiu no ano de 1991 com a leitura no Figaro Magazine de um interessante artigo da jornalista Véronique Grousset sobre as novas fronteiras da ciência, o qual abordava as experiências de quase-morte como um facto que colocava em causa o paradigma vigente de que a consciência humana dependia do cérebro. Já tínhamos lido o livro de Raymond Moody, mas o texto do Figaro Magazine despertou em nós a perspectiva de abordagem para um tema que pode dar um grande contributo ao avanço da ciência no sentido de se abrir a novas realidades preservando o seu método, uma das grandes conquistas da Humanidade. O artigo de Véronique Grousset tinha sido escrito no contexto do colóquio internacional “Ciência para o Amanhã: um outro olhar sobre o Homem e o Mundo”, que decorreu na Sorbonne, em Paris, no mês de Fevereiro daquele ano. Vale a pena citar em excerto: “O pensamento não se reduz às moléculas. Não se pode localizá-lo no cérebro, e nada indica que seja produzido pelos neurónios. Sem dúvida, muito perturbador também, é o facto de 10% das vítimas de Experiências de Quase-Morte, reconduzidas à vida após a paragem do cérebro, afirmarem terem tido "percepções" (visuais, inteligentes ou auditivas; aliás, quase sempre idênticas) que sugerem que a consciência pode funcionar sem o cérebro, privada de todo o suporte molecular.”

 Resumindo: as "informações biológicas" parecem poder circular não só graças às moléculas, mas também entre elas, sobre um 'suporte' do qual nada se sabe. É, pois, importante pretender conhecer o 'todo' (quer dizer o ser humano) visto que se ignora a composição da soma das suas partes (…).”

 É essa demanda pelo conhecimento abrangente da Vida e do Ser Humano que nos anima, uma procura que, a nosso ver, terá, necessariamente, que ser transdisciplinar, científica e filosófica. Como o nosso trabalho de pesquisa se centra acima de tudo nas áreas da filosofia, história, matemática sagrada e antropologia do imaginário, considerámos que seria essencial escrever um livro desta índole em cooperação com um especialista idóneo na área da medicina, para que não resultassem dúvidas nem amadorismos nos enfoques sobre a relação entre cérebro, mente e consciência, que sempre considerámos entidades distintas.

 Foi no lançamento da nossa obra Lugares Mágicos de Portugal e Espanha que tivemos o prazer de conhecer o Prof. Dr. Manuel Domingos, e logo desde o primeiro minuto mostrou entusiasmo em participar neste projecto. O Prof. Doutor Joaquim Fernandes já me tinha falado dos estudos do neuropsicólogo Manuel Domingos sobre as EQMs, considerando-o em Portugal o investigador que mais casos tinha estudado. Na verdade, nas últimas décadas conheceu directamente no âmbito da sua profissão várias dezenas de casos, suficientes para formular a sua perspectiva. Tal como para Pim van Lommel, era (e continua a ser) para ele claro que não há uma explicação exclusivamente física para o fenómeno das EQMs.

 Fizemos o plano do livro. Uma primeira parte com testemunhos tanto de pessoas anónimas como de personalidades, estrangeiras e portuguesas. Uma segunda parte com textos científicos. E uma terceira parte que transmitisse uma síntese da visão das culturas antigas sobre o tema da morte e dos estados modificados de consciência.

 Convidámos a Dra. Patrícia Costa Dias, jornalista, para coordenar a primeira parte. Com a supervisão científica do Prof. Manuel Domingos e todo o seu profissionalismo recolheu 24 testemunhos em poucos meses. Nós próprios assistimos a algumas entrevistas e verificámos o quão importante e transformadoras são estas experiências para grande parte das pessoas. Era algo real, objectivo, e não produto da fantasia ou alucinação, precisamente como o próprio Carl Gustav Jung descreve a sua EQM, “algo totalmente objectivo” (ver pág.295).

 Na segunda parte, dedicada aos textos de índole científica, para além do artigo do Prof. Manuel Domingos, que coordenou esta secção, tivemos o privilégio de entrevistar Pim van Lommel, um cardiologista e cientista, que realizou um magnífico estudo prospectivo na Holanda, cuja síntese foi publicada  na Lancet, prestigiada revista de Medicina, e que reproduzimos em anexo. Também publicamos outro interessante artigo deste médico holandês e uma conversa entre nós e Manuel Domingos intitulada “Entre a Ciência e a Tradição”.

 Na terceira parte, publicamos um artigo nosso sobre a sabedoria viva das antigas culturas e as EQMs, e dois textos clássicos de referência sobre o tema, “O Mito de Er” de Platão e “O Sonho de Cipião” de Cícero. Agradecemos desde já as traduções directas para português do grego e do latim da autoria da Dra. Helena Gouveia e do Prof. Doutor Ricardo da Costa.

 Estamos convictos que com estas três partes, que se intercomunicam entre si, divulgamos junto do público português a realidade efectiva das EQMs, a qual nos propõe a reflexão sobre a possível realidade de um “outro lado da vida” e a possível continuação da existência da mente e da consciência depois da morte do corpo físico.

 De algum modo, fomos formatados na existência do tabu sobre o tema da morte. É o momento da ciência e da filosofia olharem novamente, sem preconceitos, para esse fenómeno não escamoteável da vida humana. Talvez nessa demanda possamos encontrar pistas para reencontrar finalidades mais duradouras e consistentes de que as propostas de efémero e de superficialidade da actual sociedade de consumo.     

 Este foi um trabalho colectivo, pelo que são muitos os agradecimentos a fazer. Ao Dr. Pim van Lommel pela sua simpatia e abertura em participar no nosso projecto; ao Professor Doutor Nuno Grande, pelo seu testemunho enquanto médico; à Dra. Margarida Casimiro, vice-presidente da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Psicologia Transpessoal) que colaborou desde o início, e ao Prof. Doutor Vítor Rodrigues, presidente da ALUBRAT, que proporcionou o lançamento oficial deste livro integrado no congresso científico daquela associação em Évora, em Novembro de 2008. Agradecemos muito à Dra. Carla Cavaleiro, doutoranda em neuropsicologia, pela sua generosidade em realizar as entrevistas na região de Coimbra e à Dra. Teresa Beirão, Dra. Maria do Sameiro Barroso, Dra. Paula Aguiar e D. Lurdes Feio, no apoio que deram para encontrarmos testemunhos. Neste contexto, um forte abraço amigo à actriz Paula Luiz e à Dra. Sandra Neves da Silva.

 Agradecemos a todas as personalidades portuguesas que tiveram a coragem e a generosidade de prestar o seu testemunho, ao nosso querido amigo, poeta, ensaísta e arabista, Adalberto Alves, à querida sibila da cultura portuguesa, como lhe chamamos, a escritora Dalila Lello Pereira da Costa, ao escritor e jornalista Fernando Dacosta, à histórica profissional da RTP Isabel Wolmar, à escritora Margarida Rebelo Pinto, e à apresentadora de televisão Maya.

 Agradecemos do fundo do coração a todos os outros relatos, absolutamente imprescindíveis, para que este projecto pudesse ser concretizado. Não podemos deixar de enviar de enviar uma saudação muito especial à D. Maria Manuela Jesus da Silva que também nos deu o seu testemunho e nos recordou o saudoso general Mário Jesus da Silva, autor da obra O Sortilégio da Cobra e verdadeiro aristocrata de coração.

 Obviamente, também agradecemos a colaboração do Prof. Doutor Mário Simões, também um pioneiro no estudo das EQMs em Portugal, que muito nos honrou com o seu prefácio. 

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Este livro pode actualmente ser adquirido na FNAC Online em http://www.fnac.pt/Experiencias-de-Quase-Morte-Manuel-Domingos/a239328


sexta-feira, 6 de junho de 2014

FACING DEATH: Elisabeth Kubler-Ross (2003) A film by Stefan Haupt

An excellent resource and valuable document.” (The Bulletin of the History of Medicine)

The foremost authority in the field of death, dying and transition...it might well be said she invented the field.” (Health World Online)

A powerful and thoughtful film. Recommended!” (Video Librarian) 


Elisabeth Kübler-Ross devoted her life to death and dying and achieved worldwide fame in the process. Through her strong commitment to the subject, she has done much to de-stigmatize dying and to draw attention to the treatment of the terminally ill.

Her story is a remarkable one. Born in Zurich in 1926 as a 2-pound triplet, she studied medicine in defiance of her parents' wishes and struggled for recognition as a psychiatrist in the United States. In 1969 she achieved international fame through her work with terminally ill patients in Chicago and her book 'On Death and Dying'. This initial success was followed by countless workshops and lecture tours around the world and the establishment of a healing center in Virginia, which was destroyed by arsonists in 1994. Since that time, Elisabeth Kübler-Ross suffered a series of strokes and lived secluded in the desert outside Phoenix, Arizona.

This remarkably intimate film was made when Kübler-Ross awaited her own death - on the verge of the transition she researched so passionately. Conversations with Elisabeth Kübler-Ross in Arizona form the core of the film. She looks back on her life, describes her childhood and her work, and explains how she herself faces aging and impending death. Interviews with her sisters, friends, and colleagues, as well as extensive archival material provide a comprehensive look into the life and work of this extraordinary woman.


Dra.Elisabeth Kubler-Ross (1926-2004)

"Uma das 100 pessoas mais importantes do século XX" (Times)

(Vídeo disponível em breve)



"El director Stefan Haupt (Utopia Blues) ha realizado un documental biográfico sobre la doctora y escritora Elisabeth Kübler-Ross, pionera en el estudio de la muerte y los moribundos. Haupt, impresionado por cómo Kübler-Ross escribía sobre la muerte en uno de sus libros, "La rueda de la vida", decidió poner en marcha este proyecto. Para ello habló con la protagonista, en una larga entrevista en su casa de Arizona, sus familiares y allegados, y recopiló mucho material de archivo para contar su vida y su trabajo. Gran parte del documental se centra en esta entrevista personal a la infatigable Elisabeth ¿Cómo vive los últimos días de su vida? ¿Cómo ve su vida y su carrera? ¿Cómo se enfrenta a su propia muerte? A través de estas conversaciones el film regresa a su vida y trabajo en Suiza y en EEUU. También aparecen amigos, compañeros, familiares y, sobre todo sus hermanas mellizas."

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O MOMENTO DA MORTE (NATIONAL GEOGRAPHIC: MOMENT OF DEATH - 2008)

A morte fascina, arrepia, e aqueles que a enfrentaram olham a vida de uma outra maneira... Apesar de a morte ser uma certeza para todos nós, é difícil defini-la. Qual é o momento exacto da morte? O que acontece ao corpo e ao cérebro no momento em que morremos?! Um fantástico documentário do National Geographic, datado de 2008, e que nos leva até a algumas das mais recentes descobertas acerca da morte.








segunda-feira, 2 de junho de 2014

“AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE PRECISAM DE SER ESTUDADAS COM SERIEDADE”

Vanessa Charland-Verville é neuropsicóloga no grupo de Ciência do Coma e no Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Liège, na Bélgica. Neste momento, estuda o que se passa no cérebro das pessoas que vivem experiências de quase-morte.





Em 2010, a vida de Rom Houben entrou nas notícias. Este belga foi diagnosticado com síndrome do encarceramento. Isto é, apesar de paralisado, o doente esteve sempre consciente e começou aí um processo de recuperação que lhe permitiu voltar a comunicar com médicos e família. Esteve num hospital durante 23 anos, depois de um acidente que o tinha colocado no que se supunha ser um estado vegetativo. A partir daí, começou um processo de recuperação que lhe permitiu voltar a comunicar com médicos e família.

Vanessa Charland-Verville esteve no Porto, no âmbito do 10.º Simpósio da Fundação Bial Aquém e Além do Cérebro, que termina este sábado, na Casa do Médico, falando sobre casos de lesões cerebrais como este. Ao PÚBLICO conta também a sua experiência numa nova área de estudo na sua universidade, as experiências de quase-morte.

Fez parte da equipa que estudou a recuperação de Rom Houben, que esteve em estado de coma durante 23 anos.
Ele não esteve em coma. Os media têm-no dito assim, mas, por definição, não se pode estar em coma por mais de algumas semanas. Rom Houben foi mal diagnosticado, como outros doentes que vimos em Liège. Quando um doente não mostra movimentos, mesmo que esteja consciente, às vezes pode concluir-se erradamente que não está consciente e, infelizmente, isto acontece demasiadas vezes. São os casos de locked-in syndrome [síndrome do encarceramento]. Rom Houben estava completamente paralisado desde que tinha tido um acidente e, portanto, não podia dizer aos médicos que estava consciente.

Qual foi o processo que fez com que os médicos se apercebessem de que ele não estava num estado vegetativo?
Uma TAC feita pelo professor Steven Laureys [chefe da equipa de que faz parte Vanessa Charland-Verville] mostrou que o cérebro estava normal. Foi uma grande surpresa, mas o cérebro estava a comportar-se como um cérebro normal e consciente. É muito importante ter estas técnicas ao nosso dispor, mas infelizmente nem todos os locais têm acesso à ressonância magnética ou à TAC e fazem erros de diagnóstico com frequência. Com estes doentes, temos de estar certos acerca do diagnóstico. Depois fazemos exames comportamentais e temos as técnicas de neuro-imagem.

Como está Rom Houben neste momento?
Não nos encontramos regularmente, mas a família está a tentar trabalhar num dispositivo de comunicação em que ele escreve alguma coisa num teclado especial e comunica através de um computador. Está a fazer reabilitação física, mas o objectivo principal é tentar comunicar com a família.

Ele tenta comunicar com a família de uma forma diferente daquela com que comunicou com os médicos?
Depois de tantos anos sem poder falar ou mexer-se, a prioridade é ter um dispositivo que ajude a falar para tornar esse processo mais fácil.

Este tipo de descobertas coloca dilemas éticos. Estando na Bélgica, um país onde a questão da eutanásia é muito discutida, têm sido chamados para este debate?
Somos confrontados com estas questões algumas vezes. Depois de algum tempo em estado vegetativo, o cérebro começa a degenerar-se. Vemos alguns doentes em Liège para fazer um diagnóstico e depois falamos com as famílias, explicando isto e dizendo como está o cérebro da pessoa em causa. Depois de muitos anos inconsciente, o cérebro morre.

Mas já intervieram em algum processo que terminou com eutanásia?
É parte do nosso trabalho fazer estas questões e lidar com este tema. Mas, nos três anos que levo em Liège, nunca fomos confrontados com nenhum caso em que o doente tenha acabado por morrer por decisão da família.

Tem estado também a trabalhar em experiências de quase-morte. Como neuropsicóloga, qual é o seu papel no estudo destes casos?
Procuramos sempre a correlação entre a lesão cerebral e o comportamento. Faço duas coisas: tenho um trabalho clínico, onde trabalho com doentes com perturbações na consciência, que estão em coma ou num estado vegetativo. Mas também faço investigação. Faço uma avaliação neuropsicológica das funções cognitivas depois de uma paragem cardíaca. Sabemos que o tempo em que o cérebro não recebe oxigénio pode causar problemas de memória. Acedemos às funções cognitivas, mas também pergunto aos doentes se têm algumas memórias do período em coma ou do tempo em que estiveram no hospital. Entre 10 e 20% dos doentes reportam este tipo de memórias.

As memórias que os doentes contam são sempre similares?
Quando têm experiências de quase-morte, isso torna-se claro porque contam uma história que é bastante similar. São sempre questões similares: sentimentos de paz, sair do próprio corpo, estar num lugar onde nunca estiveram, ver uma luz brilhante.

Podemos comparar este tipo de memórias com outras percepções, como sonhos ou alucinações?
No ano passado, publicámos um artigo onde demonstrámos a diferença entre as experiências de quase-morte e as memórias imaginadas, como os sonhos. As memórias imaginadas são sempre intenções que não foram cumpridas e, quando as comparamos com memórias de eventos reais, vemos que as experiências de quase-morte são mais intensas em termos de percepções e conteúdo emocional. Os doentes dizem que é mais real do que o que é real. Baseando-nos nesse estudo, podemos dizer que estas experiências não são como as memórias imaginadas, porque o conteúdo é realmente muito mais intenso.

Também testam os doentes com tecnologia hospitalar?
É impossível aceder a experiências de quase-morte em tempo real. Podemos apenas avaliar a função cerebral ou as memórias depois do evento. O que estamos a tentar fazer agora é induzir experiências de quase-morte através de hipnose e recriar a experiência para ver o que o cérebro nos pode dizer sobre este fenómeno.


Este assunto está presente na cultura popular, fora da comunidade científica...
Há outras audiências interessadas no assunto. Mas acho que as experiências de quase-morte precisam de ser agora estudadas minuciosamente e com seriedade. Há pessoas que têm escrito livros dizendo o que lhes apetece sobre isto e agora temos de saber mais acerca das características das experiências de quase-morte e por que há pessoas que contam as mesmas coisas e o que está a acontecer no cérebro nesse momento. Temos que ser rigorosos acerca desse fenómeno.